Na homilia da Missa de Sufrágio pelo Papa Francisco, celebrada ontem na Igreja da Memória, Sé Catedral das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Sérgio Dinis, Ordinário Castrense de Portugal, centrou a sua reflexão na passagem da Primeira Carta de São João: “Deus é Luz e n’Ele não há trevas” (1Jo 1,5). O prelado afirmou que o Pontífice foi um “reflexo dessa luz” para a Igreja e para o mundo, destacando o seu compromisso com a verdade, a humildade e a proximidade aos mais fragilizados.

Na Eucaristia em que estiveram presentes o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, o Chefe de Estado-Maior da Armada, o Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública, o Vice-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, o Vice-Chefe de Estado-Maior do Exército, o Comandante da Logística do Exército, o Comandante do Comando de Administração e Recursos Internos da Guarda Nacional Republicana, o Chefe do Gabinete do Ministro da Defesa Nacional, oo Comandante da Academia Militar, o Diretor de Finanças do Exército, o Diretor dos Serviços de Pessoal do Exército, o Diretor do Laboratório Nacional do Medicamento além de outras entidades civis e militares e fiéis da comunidade paroquial, D. Sérgio Dinis sublinhou que o Papa Francisco viveu o chamamento cristão a “caminhar na luz”, não por mérito próprio, mas por se deixar guiar por Deus. “Ele não ignorou as trevas do mundo ou da Igreja, mas enfrentou-as com coragem, chamando todos à conversão e à transparência”, afirmou. Recordou ainda a insistência do Papa numa Igreja sinodal, onde todos discernem juntos a vontade de Deus, em contraste com estruturas de poder opacas.

Ao comentar o Evangelho do dia (Mt 11,25-30), que exalta os “pequeninos” a quem Deus se revela, o bispo destacou que Francisco encarnou essa simplicidade evangélica. “A sua autoridade não vinha do poder, mas da humildade – dos gestos concretos, como lavar os pés de refugiados ou ouvir os pobres”, disse. Citando as palavras de Jesus – “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” –, lembrou que o Pontífice foi, para muitos, um rosto de misericórdia num mundo marcado pela indiferença.

A coincidência da celebração com a festa de Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja, foi outro ponto central. “Como ela, o Papa Francisco trabalhou pela renovação da Igreja, não com autoridade impositiva, mas com a força da oração e do amor a Cristo”, afirmou D. Sérgio. A santa do século XIV, que influenciou papas e governantes, foi apresentada como modelo da mesma coragem que marcou o pontificado de Francisco.

Dirigindo-se especialmente aos militares e às forças de segurança presentes, o Ordinário Castrense desafiou-os a seguir o exemplo do Papa: “Que a sua vida nos inspire a servir com integridade, a buscar a luz da verdade e a nunca temer a humildade”. A celebração terminou com a entrega da alma de Francisco “ao Bom Pastor”, na certeza de que “a sua semente de fé continua a frutificar”.

Concelebraram todos os capelães adjuntos dos três Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança, num significativo testemunho de comunhão eclesial.