Militares e Guardas de Aveiro não esquecem que esta é, deveras, a “Terra de Santa Maria” e recebem festivamente a imagem peregrina.
Ao início da tarde do dia 30 de Março, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, em visita à Diocese de Aveiro, atravessou a ria, no ferryboat, com destino à igreja paroquial de São Jacinto. Aí se demorou cerca de uma hora, possibilitando à Paróquia um momento de oração.
Às 14h30, o Comandante do Regimento de Infantaria Nº 10, Cor José Carlos Sobreira e praticamente todos os militares da Sua Unidade, deslocaram-se à igreja para, em procissão, conduzir a imagem até à capela do aquartelamento. Presidiu o bispo de Aveiro, D. António Moiteiro. À porta de armas, foram prestadas honras militares.
De seguida, com a capela repleta de fiéis, foi celebrada a Missa, agora presidida pelo bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança. Na breve homilia, este teceu um paralelo entre o contexto das aparições de Fátima, em 1917, em plena guerra mundial, e o tempo que nos é dado viver. Para sintetizar: “Fátima ensina-nos que, quer no passado quer hoje, a condição humana não pode ser a de lobos no meio de lobos, mas sim a de irmãos no meio de irmãos. Mas também nos diz que jamais chegaremos à fraternidade universal se não nos sentirmos filhos de um Pai comum, que é Deus. Por isso, em Fátima falou-se tanto da sociedade como de Deus”.
É capelão deste RI10 o P. Benjamim Sousa e Silva, o qual, na introdução à celebração, dirigiu uma empolgante saudação a Nossa Senhora.
No final, a imagem voltou a ser levada, em procissão, até ao ferry que a transportou novamente a Aveiro.
Deu, então, entrada no Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana. Não obstante a chuva intensa, a Guarda fez questão de lhe prestar honras militares, com um pelotão em grande uniforme. Conduzida ao refeitório, aí decorreu uma celebração mariana. Presidiu D. Manuel Linda. Mas foi D. António Moiteiro quem pronunciou a homilia. Acentuou a dimensão eclesial de Nossa Senhora: “As únicas palavras de Maria que Evangelho de S. João conserva é a conhecida expressão: «Fazei tudo o que Ele, Jesus, vos disser». E continuam a ser estas as palavras mais actuais que a Senhora vos dirije hoje, caros Guardas: fazei como Ela, fazendo o que Jesus vos diz por intermédio da vossa consciência”.
Chamou a atenção o elevadíssimo número de militares e civis presentes, alguns com os próprios filhos, o que conferiu ao evento uma tónica familiar. Três crianças foram vestidas a rigor para recriarem as conhecidas figuras dos Pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. Um excelente coro, de Guardas, suportou o canto e uma militar entoou o Ave-Maria de Schubert, o que a muitos emocionou. Preparou a cerimónia o Capelão P. Arménio Almeida, do CAA/Porto.
É Comandante do Comando Territorial de Aveiro o Cor Nélson Machado Couto.
Enfim, o RI10 e a GNR/Aveiro mostraram-se à altura da tradição nacional que devora a Nossa Senhora uma especialíssima devoção, nem fosse esta a «Terra de Santa Maria».