A Igreja de Santa Cruz, em Coimbra, foi hoje, 24 de outubro, o cenário da celebração da Evocação e Homenagem a D. Afonso Henriques, Patrono do Exército, inserida nas comemorações do Dia do Exército. A Missa, presidida por D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Administrador Apostólico da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, foi concelebrada por vários capelães militares e contou com a presença de diversas entidades, incluindo o Chefe de Estado Maior do Exército, General Eduardo Mendes Ferrão, e os Presidentes das Câmaras Municipais de Coimbra e da Guarda, entre outros.
Na sua homilia, D. Rui Valério recordou a figura de D. Afonso Henriques, destacando a sua notável capacidade de liderança, que uniu o povo à força do seu exército. O Patriarca sublinhou que a coragem do primeiro rei de Portugal transcendeu os limites do campo de batalha, inspirando um sentimento de unidade nacional. Citando Luís de Camões, o responsável católico evocou a força que animava o povo português, especialmente em tempos de adversidade.
Das leituras litúrgicas proclamadas durante a Missa, incluindo o Evangelho segundo Lucas (Lc 12, 49-53), o prelado destacou as palavras de Jesus sobre a sua missão de acender um fogo na terra, um fogo que simboliza a transformação e a purificação, reforçando a ideia de que a verdadeira paz não pode ser alcançada à custa da dignidade humana. O Patriarca ligou essa mensagem ao exemplo de D. Afonso Henriques, que sempre defendeu os valores mais nobres da nação.
A homilia abordou a relevância da mensagem de D. Afonso Henriques na atualidade, especialmente face aos conflitos internacionais que ocorrem na Ucrânia e no Médio Oriente. D. Rui Valério lembrou que a luta do primeiro monarca não se limitava a conquistas territoriais, mas estava profundamente ligada à defesa dos valores da dignidade humana e da autodeterminação da nação.
O Patriarca referiu ainda a importância da espiritualidade na liderança de D. Afonso Henriques, mencionando que a sua força derivava da comunhão com Deus e da oração. Essa relação com o divino proporcionou-lhe a coragem necessária para enfrentar os desafios que moldaram a história de Portugal.
Por fim, D. Rui Valério fez um apelo ao Exército português para que continue a elevar a nação, tal como D. Afonso Henriques fez, lembrando que é fundamental agir sempre sob a luz dos valores e princípios que guiam a humanidade.
A cerimónia, marcada pela solenidade e pelo profundo respeito pela história nacional, reafirmou a relevância duradoura de D. Afonso Henriques como símbolo de liderança e fé.