A Sé Catedral do Porto foi o local escolhido para a Celebração Pascal que reuniu membros das Forças de Segurança e Forças Armadas, presidida por D. Sérgio Dinis, Bispo do Ordinariato Castrense de Portugal. Organizada pela Polícia de Segurança Pública (PSP), a Missa contou com a presença dos capelães militares da região Norte.
Na homilia, D. Sérgio Dinis desenvolveu uma reflexão teológica sobre a relação entre o mistério pascal e a vocação das forças de segurança e militares. “A Páscoa que celebramos é a vitória definitiva da vida sobre a morte, mas também da esperança sobre o desalento, da perseverança sobre o cansaço”, afirmou o prelado, dirigindo-se diretamente aos uniformizados presentes.
Com grande sensibilidade pastoral, D. Sérgio estabeleceu um paralelo entre o martírio de Santo Estêvão – cuja narrativa foi proclamada na primeira leitura – e o quotidiano dos agentes: “Estêvão enfrentou a violência com a coragem dos mártires, mas também com a serenidade dos santos. Assim sois chamados vós, que diariamente enfrentais situações extremas: a manter a firmeza no dever sem perder a humanidade no coração”.
O Bispo Castrense aprofundou depois a dimensão cristológica da missão das forças de segurança: “Cristo, o Servo sofredor, conheceu a injustiça e a violência. Mas na Cruz, transformou o mal em redenção. Vós, que tantas vezes vedes o pior da sociedade, sois chamados a ser instrumentos desta mesma transformação”.
A reflexão sobre o Evangelho de João (6,30-35) permitiu a D. Sérgio abordar o tema da fome espiritual na sociedade contemporânea: “O mundo clama por justiça verdadeira, não por justiças apressadas; por paz duradoura, não por tranquilidades momentâneas. A vós compete ser semeadores desta justiça e construtores desta paz”.
Num momento particularmente emocionante, o Ordinário Castrense recordou os agentes falecidos em serviço: “Eles compreenderam até ao fim que o amor maior é dar a vida pelos irmãos. A sua memória permanece não como derrota, mas como testemunho pascal”.
Terminou com um apelo à renovação da fé e da vocação de serviço, sob o signo da esperança pascal: “Que o Ressuscitado vos inspire e proteja, dando sentido a cada sacrifício”.
A celebração faz parte das Comunhões Pascais do Ordinariato Castrense, que reúnem anualmente Militares e Forças de Segurança. A escolha da Sé do Porto, “coração espiritual da cidade invicta”, reforçou o simbolismo de uma missão marcada pela resiliência e entrega.
O evento contou com uma significativa representação institucional, reunindo os principais responsáveis pelas Forças de Segurança e Defesa Nacional na região norte. A Polícia de Segurança Pública, como entidade organizadora do evento, marcou presença através do Superintendente Victor Manuel Torres Rodrigues, do Comando Metropolitano do Porto. A Guarda Nacional Republicana fez-se representar pelo Coronel Paulo Joaquim Babo Nogueira, enquanto o Exército Português esteve presente com o Tenente-General João Pedro Rato Boga de Oliveira Ribeiro, do Comando de Pessoal. A Marinha Portuguesa participou através do Capitão-tenente Melo e Melo, do Comando de Zona Marítima do Norte, e a Força Aérea Portuguesa com o Major Cláudio Alexandre Ferreira, da Estação Radar n.º 2.
O Hospital Militar esteve representado pelo Coronel-Médico António José dos Santos Moura, e a Polícia Marítima pelo Chefe Ferreira Caetano. A Liga dos Combatentes fez-se presente com o Coronel Jocelino Rodrigues, enquanto a Polícia Municipal do Porto compareceu com o Superintendente António Leitão da Silva. A Proteção Civil de Matosinhos também marcou presença através do Superintendente António Salgado Rosa. Esta ampla e diversificada representação institucional sublinha a importância deste momento, que reforça os laços entre as Forças de Segurança e as Forças Armadas, proporcionando uma oportunidade de reflexão espiritual e renovação de compromissos no exercício das suas nobres missões.