O sucessor de São Pedro, o nosso querido Papa Francisco, escolheu este simples padre para servir como Bispo a Igreja do Senhor Jesus. Ciente da cruz que nos dias de hoje um Bispo é chamado a carregar sobre os seus ombros, aceitei com algum temor, mas livremente, o convite.
Neste momento, em primeiro lugar, elevo o meu coração ao Senhor, nosso Deus. Agradeço-Lhe a dádiva da vida, a maravilha de ser cristão, o dom da vocação e a alegria de ser padre. Peço e espero que não me falte a sua graça para a nova missão.
Quero também exprimir o meu agradecimento e a minha profunda comunhão ao Santo Padre pela confiança depositada na minha humilde pessoa. Como Bispo espero seguir a senda traçada por Sua Santidade: ser semeador da paz, da esperança e da alegria do Evangelho, em comunhão com todo o colégio episcopal.
O Papa Francisco pediu-me que sirva como Bispo do Ordinariato Castrense de Portugal, também denominado Diocese das Forças Armadas (o Exército, a Marinha e a Força Aérea) e de Segurança (a Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana). A todas as mulheres e todos os homens que defendem a independência nacional, a integridade territorial e garantem a ordem e a segurança pública, assim como às suas famílias, dirijo uma saudação fraterna e respeitosa, exprimo o grande apreço pelo vosso precioso serviço e quero dizer-vos que estarei sempre ao vosso lado, num profundo amor a Cristo, à Igreja e à nossa amada pátria. Estarei convosco, quer dentro das fronteiras, quer nas missões internacionais. Juntos estaremos sempre na defesa da dignidade de cada pessoa humana e buscaremos sempre a proteção dos mais frágeis e dos que estão em perigo. Construiremos laços de amizade, colocaremos em comum as nossas riquezas humanas e espirituais e combateremos a insegurança, os medos e a solidão de tantos nossos concidadãos. Quero convosco ajudar a edificar um mundo de paz e de esperança. Que a Diocese das Forças Armadas e de Segurança ajude este “nobre povo, nação valente, imortal a levantar hoje de novo o esplendor de Portugal”.
Ao senhor Patriarca de Lisboa e atual Administrador Apostólico do Ordinariato Castrense, D. Rui Valério, reverencio, hoje, o seu exemplo de dedicação e zelo pastoral. Para mim vai ser um privilégio aprender da sua experiência e contar com a sua proximidade fraterna.
A cada um de vós, sacerdotes capelães, recebei o meu abraço fraterno, com especial estima. Vou para o meio de vós como humilde servidor, ao jeito de Jesus Cristo, o nosso único bom e belo Pastor. Como sucessor dos apóstolos quero convosco gastar a vida, no anúncio alegre do Evangelho. Conto com a vossa compreensão, colaboração e comunhão. Sei das qualidades necessárias, que o Senhor vos dotou, para desempenhardes tão proficuamente este especial ministério pastoral.
Nesta hora de júbilo, na pessoa do nosso Bispo, D. António Augusto de Oliveira Azevedo, quero agradecer à minha querida Diocese de Vila Real. Amo-a, com o mesmo amor com que se ama uma mãe. Esta Diocese tem, certamente, um clero com algumas debilidades, mas é um presbitério de homens fortes e valentes, homens de Deus e servidores do seu povo. Aos meus irmãos padres não só vos digo obrigado, mas digo: quero-vos muito!
A todos os até agora meus paroquianos, homens e mulheres que comigo se cruzaram na vida e comigo fizeram caminho, quer aos que ainda prosseguem connosco, quer aos que estão no céu, uma profunda gratidão. O padre que sou, em muito, o devo a vós. Àqueles que porventura desgostei ou com quem fui injusto, peço perdão.
Rezai por mim. Contai com a minha pobre oração. A todos levo no coração.
Sérgio Manuel Ribeiro Dinis, Bispo eleito da Forças Armadas e de Segurança.