O Dia do Exército é a 24 de Outubro. Celebra-se, todos os anos, uma Missa na igreja de Santa Cruz, em Coimbra, onde repousa D. Afonso Henriques.
“Passamos facilmente do oito para o oitenta. E se, no passado, a história se estudava quase somente a partir de líderes e dirigentes, hoje, parece que caímos na visão marxista e não vemos mais que «lutas» do povo, tentativas de emancipação popular. Ora, eu creio que o povo é o grande agente da história. Mas importa também valorizar as grandes referências: os heróis e os santos”. São palavras de D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, que a 24 de Outubro, aniversário da conquista de Lisboa, celebrou Missa de sufrágio e acção de graças na igreja de Santa Cruz de Coimbra, local onde se encontra o túmulo do Patrono do Exército, D. Afonso Henriques.
Presentes o Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, vários oficiais generais no activo e na reforma, Comandantes da Brigada de Intervenção e das Unidades que a constituem e muitos outros militares de todas as patentes. Estavam também presentes muitos dirigentes de Instituições locais –com excepção da Câmara Municipal de Coimbra- representantes dos outros Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança, Vigário Geral da Diocese de Coimbra e outros sacerdotes. E muito, muito povo.
Depois de vincar a necessidade de referências sólidas e entusiasmantes, o presidente da celebração acrescentou: “Os americanos invocam, frequentemente, os «pais fundadores». Nós também os temos. Curiosamente, ambos ligados a Coimbra: D. Afonso Henriques e a Rainha Santa, Santa Isabel de Portugal. Como «pais», deixaram marcas na nossa alma colectiva. Do Rei, recebemos o espírito aventureiro, o amor à liberdade, o sentido da autodeterminação e independência, bem como a capacidade de estabelecer relações com outros povos e culturas, como o fundador da Pátria fez com os Cruzados, predominantemente franceses e ingleses; da Rainha Santa, cujos quinhentos anos da sua beatificação comemoramos, herdamos a vivência de uma religiosidade de peregrinações, de culto eucarístico e de devoção a Nossa Senhora. E herdamos, especialmente, aquele lado afectivo e solidário que se exterioriza na paz e na pacificação e nos leva a voltarmo-nos para os pobres e tentar promovê-los, como tão bem exprime o «milagre das rosas». Caros militares, não deixemos perder esta que é a verdadeira alma lusitana. Alma herdada de um pai e de uma mãe”.