Ontem, dia 21 de maio, a Guarda Nacional Republicana (GNR) celebrou o seu dia com uma Missa solene na Basílica da Estrela, em Lisboa, presidida pelo Ordinário Castrense de Portugal, D. Sérgio Dinis. A cerimónia contou com a presença da Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, do Comandante-Geral da GNR, Tenente-General Rui Veloso, e do Secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, entre outras individualidades.
Na sua homilia, D. Sérgio Dinis estruturou o discurso em três eixos fundamentais, inspirados nas leituras bíblicas do dia:
1. A Igreja em Discernimento: Escuta e Diálogo como Modelo
– Recordando o exemplo da Igreja primitiva (Atos 15, 1-6), que enfrentou divisões com diálogo e serenidade, o prelado destacou que a GNR, numa sociedade “marcada por tensões e desinformação”, deve pautar-se pela “escuta ativa e responsabilidade partilhada”.
– “Como os Apóstolos, a Guarda não pode agir por impulso, mas com discernimento, mantendo a unidade mesmo perante desafios complexos”, afirmou.
2. Renovação Ética: Ser, e não apenas Parecer
– Citando São Paulo (“Purificai-vos do velho fermento, para serdes uma nova massa” – 1Cor 5, 6b-8), o Bispo Castrense sublinhou que o verdadeiro profissionalismo exige “pureza de intenção e firmeza de princípios”.
– “Não basta o uniforme impecável ou a ação visível. A excelência da GNR depende da integridade interior de cada um dos seus membros”, reforçou, numa clara alusão aos valores de honra, lealdade e disciplina que regem a instituição.
3. Permanecer em Cristo: A Videira que Sustenta a Missão
– A metáfora da videira e dos ramos (Jo 15, 1-8) serviu de base para uma reflexão sobre a vocação de serviço. “A GNR não é uma função passageira, mas uma missão de permanência – estar presente, com constância, mesmo nos momentos mais obscuros”, declarou.
– O prelado lembrou ainda os militares falecidos em serviço, pedindo que a sua memória inspire “coragem e esperança” nos que hoje servem “nas estradas, postos e patrulhas”.
O prelado enalteceu também a mensagem do Comandante-Geral, que destacou o “orgulho no passado, a confiança no presente e a esperança no futuro” da instituição. “Uma força sem raiz seca”, recordou D. Sérgio, salientando que a confiança da sociedade na GNR depende não só de meios materiais, mas da “verdade interior e do amor ao bem comum”.
A celebração, que assinalou os 114 anos da GNR, foi concelebrada pelos capelães militares da instituição e incluiu uma homenagem aos que “já deram a vida no cumprimento do dever”. No final, o bispo pediu a bênção divina para todos os que servem “nas estradas, postos e patrulhas”, desejando que continuem a dar “frutos de paz e justiça”.