Lisboa, 1 de julho de 2025 – Assinalando o 158.º aniversário da Polícia de Segurança Pública (PSP), D. Sérgio Dinis, Bispo do Ordinariato Castrense de Portugal, presidiu hoje à Missa Comemorativa na Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, em Lisboa. A cerimónia foi um momento de reflexão e homenagem, contando com a presença de diversas individualidades civis e militares.
A homilia de D. Sérgio Dinis teve como pano de fundo as leituras da liturgia do dia, Gn 19,15-29 e Mt 8,23-27. O Bispo estabeleceu um paralelo notável entre as passagens bíblicas e os desafios enfrentados diariamente pela PSP.
D. Sérgio Dinis abordou o colapso de Sodoma e Gomorra, destacando-o como um “colapso moral, ético e espiritual”, onde a perda do sentido do bem e do mal leva à ausência de desejo de conversão e perdão. No entanto, ressaltou a salvação de Lot como um exemplo da misericórdia divina e do papel crucial que os agentes da PSP desempenham: “ser presença de ordem num mundo frequentemente marcado pela desordem; ser mão estendida no meio da hesitação; ser instrumento de proteção e de vida, quando tudo à volta parece ceder ao caos.”
O Bispo alertou ainda para a história da mulher de Lot, que, ao “olhar para trás”, ficou petrificada, simbolizando a paralisia de quem se agarra ao passado, ao erro e ao medo.
No contexto do Evangelho, que descreve Jesus acalmando a tempestade, D. Sérgio Dinis traçou um paralelo com a realidade portuguesa. Reconhecendo a diminuição do número de crimes, mas o aumento da sua violência e a juventude crescente dos seus autores, o Bispo salientou que “o mal tem hoje novas roupagens, novos ritmos, novos meios. Mas a raiz continua a ser a mesma: o coração humano, quando se afasta de Deus e se fecha à fraternidade.”
Dirigindo-se diretamente aos membros da PSP, D. Sérgio Dinis sublinhou que a missão da corporação não se limita a conter o mal, mas inclui também prevenir, educar e proteger. Enfatizou que esta missão “requer um coração firme, sereno, pacificado” e a humildade de reconhecer a necessidade de auxílio divino.
Concluindo a sua homilia, D. Sérgio Dinis exortou os profissionais da PSP a não deixarem faltar a presença de Jesus no seu serviço, o sentido da missão, da verdade e da justiça, e, “sobretudo, o coração. Porque só quem age com humanidade pode proteger verdadeiramente a vida humana.”
Pediu também que a Igreja nunca deixe de acompanhar e rezar pelos agentes, reconhecendo o seu trabalho com gratidão. A homilia terminou com uma oração de proteção para a PSP e a invocação a São Miguel Arcanjo, padroeiro da instituição.
Presenças Notáveis na Cerimónia
A celebração contou com a presença de altas figuras do Estado e das Forças de Segurança, demonstrando o reconhecimento e apoio à PSP. Entre os presentes, destacaram-se o Dr. Paulo Simões Ribeiro, Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, o Superintendente-chefe Luís Carrilho, Diretor Nacional da PSP, a Dra. Patrícia Barão, Secretária Geral do Sistema de Segurança Interna, Diretores Nacionais Adjuntos da PSP, Altos representantes das Forças Armadas, da Inspeção Geral da Administração Interna, da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna e da Cruz Vermelha Portuguesa, Diretores de Departamento e Gabinete da Direção Nacional da PSP, Comandantes dos Comandos Territoriais da PSP, Representantes do Montepio e dos Sindicatos de Polícia, Oficiais, Chefes e Agentes da PSP, Pessoal Técnico de apoio à atividade operacional e os Capelães Adjuntos da Marinha, Exército e Força Aérea.
A Missa, que também serviu de sufrágio pelos profissionais da PSP falecidos, reafirmou a importância do papel da Polícia de Segurança Pública na sociedade portuguesa, destacando os valores de serviço, proteção e justiça que guiam a sua atuação.