Reabriu ao culto a emblemática capela de São Roque, no edifício do Estado-Maior da Armada.
Com a presença do Chefe de Estado-Maior da Armada, Provedor da Misericórdia de Lisboa, Presidente da Academia de Marinha, Irmão Provedor da Irmandade de S. Roque, oficiais generais, oficiais, sargentos, praças, militarizados e civis e muitas outras pessoas ligadas a estas diversas Instituições, a 13 de Julho, com celebração eucarística presidida pelo Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, inauguram-se as obras de restauro e voltou a abrir ao culto a Capela de S. Roque do Arsenal da Marinha da Imandade dos «Carpinteiros de Machado ou Carpinteiros Navais». O Ministro da Defesa Nacional também se associou à efeméride, passando pela capela, visitando uma exposição alusiva e escutando atentamente as explicações sobre a história e a arte deste que foi o primeiro local de culto a ser reedificado após o terramoto de 1755.
Na homilia, D. Manuel Linda comentou as leituras bíblicas e referiu o «templo» como expressão do melhor que as civilizações e as culturas encontraram para o relacionamento com o Sobrenatural e sublinhou a espiritualidade típica dos marinheiros: “Ao atravessar a vastidão do mar, no clima de silêncio que esse isolamento favorece, os marinheiros contemplam a grandeza do oceano e a altura do firmamento, por cujas estrelas, antigamente, se orientavam. E formulam perguntas: «isto tem unidade?; isto tem sentido?; existe algum Ser que criasse esta imensidade e beleza?». Pois, nestas perguntas começa a dimensão religiosa. De facto, esta passa fortemente, também, pelo assombro e pala tentativa de encontrar respostas de globalidade: a ciência divide para compreender; a religião unifica para descobrir o sentido”. O senhor bispo mostrou ainda a sua alegria pela colaboração económica da Misericórdia de Lisboa, para mais, em Ano Santo da Misericórdia: “Hoje, a pertença ou ligação da Misericórdia de Lisboa é diferente do passado: é do Estado e não da Igreja. Mas as raízes ficaram e essas, lá nos séculos passados, elaboraram a seiva a partir do humanismo cristão. Por isso, é natural este mecenato para a reabilitação de um espaço de culto que, além do mais, se interliga também com a história desta Santa Casa”.
De ressaltar a excelência de um coro formado a partir de elementos da banda da Armada, por todos elogiado.
Esta Capela de S. Roque, no Estado-Maior da Armada, à Ribeira das Naus, vai passar a ter celebração semanal da Missa.
No início da Eucaristia, o Capelão Adjunto para a Marinha e Vigário Geral do Ordinariato Castrense, P. José Ilídio Costa, leu o seguinte texto:
REABERTURA DA CAPELA DE S.ROQUE
Uma Capela, na perspetiva cristã, representa um lugar do sagrado e de igualmente de paragem.
Para se caminhar melhor, exigem-se pausas e nessa perspetiva, o sagrado é sempre um encontro.
Para a família naval que escolheu o mar para seu companheiro de viagem, uma capela será sempre o ” pôr o pé em terra”.
Depois de vários meses de obras de conservação e restauro estamos aqui hoje na Capela de S. Roque para fazermos a sua reabertura ao culto e ao público.
Quantos aqui rezaram e rezam, quantos aqui se recolheram e recolhem, quantos pedidos aqui foram e são feitos, quanta gratidão foi e é expressa pelo labor conseguido…
Agradeço penhoradamente a total disponibilidade de D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas e de Segurança para estar presente nesta cerimónia.
Em Ano da Misericórdia, que o dinamismo vertical tão característico desta capela nos ajude a levantar sempre os nossos olhos para o alto moldando a nossa vida por critérios de eternidade.
CAR, 10 de Julho de 2016